Aristóteles, na Metafísica, ao distinguir potência e ato, nos diz que o ato tanto pode ser tomado no sentido da atividade ela própria como no sentido do fim ou do acabamento da ação. No entando, é enquanto efeito ou acabamento da ação que adquire o seu sentido mais forte. Essa distinção pode ser de grande utilidade para o entendimento do que seja o ato terapeutico ocupacional. Ou seja, o ato não é propriamente a atividade, mas o efeito da atividade. "Fazer ato", nesse sentido, é se referir a um efeito, e não à ação propriamente dita.
Penso eu que não há behavior humano mas sim ato humano. Isto porque o behavior é supostamente redutível a uma atividade motora, enquanto que o ato é indissociável da linguagem. Num sentido amplo, toda ação humana é da ordem do ato, já que é necessariamente atravessada pela linguagem.
Mas todo ato é da ordem do acontecimento e, portanto, algo que, embora diga respeito às coisas, subsiste apenas pela linguagem. Assim, o ato terapeutico ocupacional, enquanto acontecimento, não pode ser pensado fora da linguagem, fora da estrutura do discurso. É portanto pela palavra que o ato terapeutico ocupacional se constitui, ele é a própria colocação em ato do sujeito. Sua função é a de possibilitar ao sujeito acessar a uma representação.
Penso eu que não há behavior humano mas sim ato humano. Isto porque o behavior é supostamente redutível a uma atividade motora, enquanto que o ato é indissociável da linguagem. Num sentido amplo, toda ação humana é da ordem do ato, já que é necessariamente atravessada pela linguagem.
Mas todo ato é da ordem do acontecimento e, portanto, algo que, embora diga respeito às coisas, subsiste apenas pela linguagem. Assim, o ato terapeutico ocupacional, enquanto acontecimento, não pode ser pensado fora da linguagem, fora da estrutura do discurso. É portanto pela palavra que o ato terapeutico ocupacional se constitui, ele é a própria colocação em ato do sujeito. Sua função é a de possibilitar ao sujeito acessar a uma representação.
E o vazio?
O que pertence à coisa como tal? Um jarro é uma coisa. É um continente constituído pelo fundo e pela parede. O jarro é produzido pelo poteiro com uma matéria-prima que é o barro. Embora o jarro dependa de uma produção para ser um vaso, não é isto que faz do jarro um jarro. Uma vez produzido, o jarro mantém-se por si mesmo. O que faz do jarro um jarro, é sua qualidade de continente. Um jarro que não possa conter um líquido, por não ter fundo ou por não ter boca, não é um jarro. Mas quando enchemos um vaso com água, não são o fundo ou a parede que se enchem. Estes, apenas não deixam passar a água.
O que se enche de água é o que fica entre o fundo e a parede. O que é continente no jarro é o vazio.
É o vazio - aquilo que no jarro não é nada - que faz com que o jarro seja um jarro, isto é, um continente. Quando o poteiro fabrica o jarro, ele dá forma a um vazio. O que faz do jarro uma coisa não reside na matéria que o constitui, mas no vazio que contém. E como o vazio do jarro contém? Ele contém tomando e retendo o que ele recebe, sendo que a unidade do tomar e do reter, é regida pelo verter. O conter repousa sobre o verter.
"O que faz do jarro um jarro desdobra seu ser no verter daquilo que se oferece." Não é pois um vazio em si aquilo que no jarro reúne o conter e o verter, e o verter é aqui tão fundamental quanto o conter.
"O que faz do jarro um jarro desdobra seu ser no verter daquilo que se oferece." Não é pois um vazio em si aquilo que no jarro reúne o conter e o verter, e o verter é aqui tão fundamental quanto o conter.