quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Estatuto da Clínica na Terapia Ocupacional Frente ao desafio da Transdisciplinaridade.

Trata-se de uma série de encontros que aconteceu em Fortaleza, a convite de um grupo de colegas Terapeutas Ocupacionais. Naquela época, as conversas em torno da Transdisciplinaridade começaram a emergir e ganhar forma, através das mais variadas linguagens. E foi movido por esse interesse que esse grupo me convidou para formatar umas conversas e interlocuções em torno da Transdisciplinaridade e a Terapia Ocupacional.
Foi pra mim um grande desafio topar essa parada, mas ao mesmo tempo me abasteci de ira, potência e tesão. Até mesmo porque iria trabalhar com um grupo que sempre me considerou, tinha apresso por mim, disposição para pensarmos juntos. Além do mais era no nordeste do Brasil, em Fortaleza. Tinha a clareza que os nossos encontros se converteriam mesmo em ENCONTROS, e não em EMBATES. Propus um conteúdo programático, sugestões de leituras de textos e livros. E assim partimos para realizarmos as conversações, que hoje atribuo como deliciosas, apaziguadoras, divertidas, confusas, complicadas, difíceis, encabuladas, tímidas... mas absurdamente amorosas. Terminou sendo tudo muito bonito, singelo e adequado. O ano? Não me recordo, imagino que foi em meados da década de 90.
Vejam o que aconteceu nesses encontros todos...

O Estatuto da Clínica na Terapia Ocupacional frente ao desafio da Transdisciplinaridade.

Um Novo Estatuto...

O surgimento de novas formas de percepção e cognição que a linearidade do logos. A repetição de percepções sensoriais incorporando ao vivido, emoções plurais.

Acompanhe seus efeitos:

Basta      escutar      a     Poesia...


A poesia existe nos fatos.
Os casebres de Açafrão e de Ocre nos verdes da favela, sob azul cabralino, são fatos estéticos.

(Oswald de Andrade, manifesto Pau Brasil, 1924)


Para que serve a história?

Nos últimos 15 anos, nas grandes cidades brasileiras seguindo caminhos e segundo ritmos diversos, a Terapia Ocupacional se difundiu e gerou uma cultura ocupacional, através de um processo que se tornou conhecido como um Boom da Terapia Ocupacional.

No entanto, dizer que houve um Boom terapêutico ocupacional não é uma boa resposta para o conjunto complexo de questões envolvidas neste processo.
A exceção de alguns esforços isolados, a noção de Boom é sempre utilizada de modo descritivo, enumerando os diversos domínios da vida social penetrados pela Terapia Ocupacional, ao mesmo tempo em que expressa a perplexidade e a impotência do autor.

Para começar a entender a Terapia Ocupacional no Brasil o imprescindível no momento, não é encontrar as respostas precisas mas antes conseguir formular as perguntas adequadas - e isto de modo algum, pode ser feito só e exclusivamente a partir da Terapia Ocupacional. É assim que a relação entre a Terapia Ocupacional e outros saberes pode se tornar relevante.

Para fazer face as constantes metamorfoses do viver contemporâneo, temos que recorrer ao limite extremo da nossa própria formação.

Esse limite, ao ser tomado como referencial vai possibilitar refazer tudo novamente. Esta ideia se encarna numa prática que acolhe complexidade inerentes ao momento singular do sujeito. A prática orienta a tomada de decisões, em qualquer campo, para catalisar o surgimento de novos mundos, de novo possíveis.

Há pelo menos alguma ideia nova de homem surgindo no horizonte?

A Terapia Ocupacional preserva sua possibilidade de manter-se viva, fértil à sua identidade investigativa à medida que cultiva sua liberdade para questionar-se continuamente abrindo espaço para movimentos de expansão e renovação criativa em si mesma e no mundo que a rodeia.

Ao voltar-se para as questões TRANSDISCIPLINARES insere-se na intersecção dos vínculos do individuo com suas realidades internas e externas, humanizando-as e por sua vez constituindo e sendo constituída por sua interface com a sociedade em seus múltiplos vértices.

Passa uma borboleta por diante de
mim
E pela primeira vez no universo eu
reparo
Que as borboletas não tem cor nem
movimento
Assim como as flores não tem perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move...

(Fernando Pessoa)



Conversas Terapêuticas Ocupacionais

*O sujeito como fábula
*A teoria alimenta o caso mas não faz o caso
*Isso não é Terapia Ocupacional

Experiência Clínica e Estética

*Para além dos objetos
*Os objetos e seus espaços

O desenho, uma lógica da origem

*Squiggle "Garabato" Grupal
*Vínculo Grupo - Instituição
*Setting, Holding, Continente, Cenografia
*Cenas ocupacionais

Um espaço para o acontecer do tempo

*Um potencial espaço
*O vazio e o pleno
*Fragmento
*Labirinto
*Rizoma

De quem é a resistência, afinal?

Identifique-se... pergunte e pergunte-se...

Intercessor: um conceito ferramenta cheio de força e crítica.








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