quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

No rastro de Guimarães Rosa.

A obra do escritor mineiro que reinventou o Sertão é um marco na literatura mundial. Sua vida, uma notável sucessão de aventuras, sons, matutice, sabedoria e coragem.Ele cresceu ouvindo todo tipo de histórias, reais ou não. O universo de Guimarães Rosa impressionou o mundo. Ensaistas estrangeiros estudavam sua obra e chegaram a apontar seu nome para o Prêmio Nobel, mas quem mais conseguiu explicá-lo foi ele mesmo: "Eu carrego um Sertão dentro de mim, e o mundo no qual eu vivo é também um Sertão. As aventuras não têm preço, não têm princípio nem fim. E meus livros são aventuras, para mim são a minha maior aventura. Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço de infinito. Vivo no infinito, o momento não conta". Ele adiou, como pôde, sua imortalidade. Eleito por unanimidade para a Academia Brasileira de Letras, inventou desculpas para adiar sua posse por quatro anos seguidos. Tinha ano que viajava, em outro dizia que estava meio mal de saúde, às vezes alegava falta de tempo. Apenas a seus íntimos contava sua superstição: "Se tomar posse, eu morro", dizia, com um sorriso desconfiado. Por fim, abraçou seu destino de imortal. Em 16 de Novembro de 1967, tomou posse na Academia Brasileira de Letras, com um discurso embargado, emotivo, com lágrimas escorrendo pelo rosto em sua última fala. "As pessoas não morrem, ficam encantadas". Seria pressentimento? Três dias depois, em 19/11/1967, morre subitamente em seu apartamento em Copacabana. O menino miudinho observava o mundo, e contara histórias até o fim. "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem", disse sobre a vida. Mais três dias se passam, e o poeta Carlos Drummond de Andrade traduz, no poema "Um Chamado João", a consternação que a morte prematura do grande escritor (com apenas 59 anos) causou e ainda causa para os que transpõem as barreiras da linguagem e se deliciam com sua obra.

Revisitar Grande Sertão Veredas é prá mim uma grande necessidade, uma auto - intimação. Cada vez que adentro as páginas do livro, vou colhendo versos como quem colhe flores. Divido com vocês o que venho colhendo de Guimarães Rosa esses anos todos, a cada leitura deste lindo livro, que verdadeiramente é prá mim, uma espécie de Biblia. São anotações distribuidas em vários cadernos, em agendas, em papéis soltos que vou encontrando. Destaques e apontamentos nos próprios livros, que de tão manuseados que ficam, já possuo mais de cinco exemplares.

Viver é negócio muito perigoso...

Riobaldo, a colheita é comum, mas o capinar é sozinho...

(...) requeriam era sarar, não desejavam céu nenhum.

(...) é todos contra os acasos.

Despedir dá febre.

(...) no viver tudo cabe.

Viver... O senhor já sabe: viver é etcétera...

Amanheci minha aurora

Todo amor não é uma espécie de comparação?

Um ainda não é um: quando ainda faz parte de todos.

Homem foi feito para o sozinho?

Não é medo não, amigos, é o trivial do corpo!

(...) a morte é para os que morrem. Será?

A liberdade é assim, movimentação.

A gente só sabe bem aquilo que não entende.

Ser forte é parar quieto; permanecer.

O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.

O mundo, meus filhos, é longe daqui!

O mundo ali tinha de se recomeçar...

Agora é agora...

Sede é a situação que é uma só, mesmo, humana de todos.

Queria entender do medo e da coragem, e da gã que empurra a gente para fazer tantos atos, dar corpo ao suceder. O que induz a gente para más ações estranhas, é que a gente está pertinho do que é nosso, por direito, e não sabe, não, não sabe!

Deus existe mesmo que não há.

(...) o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.

(...) eu não sentia nada. Só uma transformação, pesável. Muita coisa importante falta nome.

Desespero quieto às vezes é o melhor remédio que há. Que alarga o mundo e põe a criatura solta.
Medo agarra a gente é pelo enraizado. Fui indo. De repente, de repente, tomei em mim um gole de um pensamento - estralo de ouro: pedrinha de ouro. E conheci o que é socorro.

Qualquer amor já um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

Esquecer, para mim, é quase igual a perder dinheiro.

Agora, eu, eu sei como tudo é: as coisas que acontecem, é porque já estavam ficadas prontas, noutro ar, no sabugo da unha; e com efeito tudo grátis quando sucede, no reles do momento.

Eu sempre sabia: um dia, o medo consegue subir, faz oco no ânimo do mais valente qualquer.

De mim, conto. Como é que se pode gostar do verdadeiro no falso?

O amor? Pássaro que põe ovos de ferro.
Aquele dia era uma véspera.

A calamidade de quente. E o esbraseado, o estufo, a dôr do calor em todos os corpos que a gente tem.

Viver é um descuido prosseguido

O senhor deve ficar prevenido: esse povo diverte por demais com a baboseira, dum tranque de jumento formam tufão de ventania. Por gosto de rebuliço.

O que demasia na gente é a força feia do sofrimento, própria, não é a qualidade de sofrente.

Esta vida está cheia de ocultos caminhos, Se o senhor souber, sabe; não sabendo, não me entenderá.

Gostava e não gostava. Sei, sei que, no meu, eu gostava, permanecente. Mas a natureza da gente é muito segundas-e-sábados. Tem dia e noite, versáseis, em amizade de amor.

Coração mistura amores. Tudo cabe.

Quem sabe direito o que uma pessoa é? Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado.

A gente tem de se sair do Sertão! Mas só se sai do Sertão é tomando conta dele a dentro...

Tem uma verdade que se carece de aprender, do encoberto, e que ninguém não ensina: o bêco para a liberdade se fazer. Sou um homem ignorante. Mas, me diga o senhor: a vida não é coisa terrível? Lengalenga. Fomos, fomos.

Todos estão loucos, neste mundo? Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total.

A opinião das outras pessoas vai se escorrendo delas, sorrateira, e se mescla aos tantos, mesmo sem gente saber, com a maneira de ideia da gente!

- Mas a paz não é boa? Então, como é que ela enjoa, assim mesmo? - Natureza da gente, mal completada...

(...) eu acho que o enjôo da paz será também algum outro medo da guerra...

Ele tinha que vir, se existisse. Naquela hora, existia.

Ficar calado é que é falar nos mortos...

O mal ou o bem, estão é em quem faz; não é no efeito que dão. O senhor ouvindo o seguinte, me entende.

(...) preto é preto? branco é branco? Ou: quando é que a velhice começa, surgindo de dentro da mocidade.

Mas liberdade - aposto - ainda é só alegria de um pobre caminhozinho, no dentro do ferro das grandes prisões.

O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. o que ela quer da gente é coragem.

Tivesse medo? O medo da confusão das coisas, no mover desses futuros, que tudo é desordem. E, enquanto houver no mundo um vivente medroso, um menino tremor, todos perigam - o contagioso. Mas ninguém tem a licença de fazer medo aos outros, ninguém tenha. O maior direito que é meu - o que quero é sobrequero - : é que ninguém tem o direito de fazer medo em mim!

Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas.

Posso me esconder de mim?...

Sorte é isto. Merecer e ter...

O rio não quer ir a nenhuma parte, ele quer é chegar a ser mais grosso, mais fundo.

(...) Só quando se tem rio fundo, ou cava de buraco, é que a gente por riba  põe ponte...

(...) gostar exato das pessoas, a gente só gosta, mesmo, puro, é sem se conhecer demais socialmente...

E glose: manter firme uma opinião, na vontade do homem, em mundo transviável tão grande, é dificultoso.

Eu estou depois das tempestades.

Enfim, cada um com o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões...

(...) o Liso do Sussuarão concebida silêncio, e produzia uma maldade - feito pessoa!

Cada hora, de cada dia, a gente aprende uma qualidade nova de medo!

Esta vida é de cabeça-para-baixo, ninguém pode medir suar perdas e colheitas.

O que é que uma pessoa é, assim por detrás dos buracos dos ouvidos dos olhos?

Um bom entendedor, num bando, faz muita necessidade.

Somente com alegria é que a gente realiza bem - mesmo até as tristes ações.

O amor só mente para dizer maior verdade.

Eu sei: quem ama é sempre muito escravo, mas não obedece nunca de verdade...

Tinha medo não. Tinha era cansaço da esperança.

Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas - de fazer balanço, de se remexerem nos lugares. O que falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora, acho que nem são. São tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado. Se eu fosse filho de mais ação, e menos ideia, isso sim, tinha escapulido, calado, no estar da noite (...)

O senhor escute meu coração, pegue no meu pulso. O senhor avista meus cabelos brancos... Viver - não é? - é muito perigoso. Porque ainda não se sabe. Porque aprender-a-viver é o que é o viver, mesmo.

Meu espírito era uma coceira enorme . Como eu ia poder contra esse vapor de mal, que parecia entrado dentro de mim, pesando em meu estômago e apertando minha largura de respirar? Aí eu carecia de negar pouso a ele. A nega. Eu quis! Eu quis?

O senhor sabe? Já tenteou sofrido o ar que é saudade? Diz-se que tem saudade de ideia e saudade de coração...

Era quase noite. Reunidos em volta, ajoelhados, a gente segurava uns couros abertos, para proteger a morte dele. Medeiro Vaz -  o rei dos gerais - ; como era que um daquele podia se acabar?! A água caía, às despejadas, escorria nas caras da gente, em fios pingos. Debruçando por debaixo dos couros, podia-se ver o fim que a alma obtém corpo.

Perto de muita água, tudo é feliz.

O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. isso que me alegra, montão.

(...) é hora dum bom tiroteiamento em paz (...)

(...) Visita, aqui em casa, comigo, é por três dias!

Uma tristeza que até agora alegra.

Afirmo ao senhor, do que vivi: o mais difícil não é um ser bom e proceder honesto; dificultoso, mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até no rabo da palavra.

(...) eu gosto de todos, só curtindo desprezo e desgosto por minha mesma antiga pessoa.

A linguagem e a vida são uma coisa só. Quem não fizer do idioma o espelho de sua personalidade não vive; e como a vida é uma corrente contínua, a linguagem também deve evoluir constantemente. isto significa que como escritor devo me prestar contas de cada palavra e considerar cada palavra o tempo necessário até ela ser novamente vida. O idioma é a única porta para o infinito, mas infelizmente está oculto sob montanha de cinzas.

João Guimarães Rosa

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Máquinas Desejantes

As Máquinas Desejantes
Por: Gonzaga Leal
Ano 1992 


Isto funciona em toda parte, ás vezes sem parar, às vezes descontínuo . Isto respira, isto esquenta, isto come... Em toda parte são máquinas, máquinas de máquinas, com seus acoplamentos, suas conexões. Uma máquina - órgão é ligada em uma máquina - fonte: uma emite um fluxo que a outra corta.
O seio é uma máquina que produz leite, e a boca, uma máquina acoplada a ela.
Uma máquina - órgão para uma máquina energia, sempre fluxos e cortes.
Somos todos "bricoleurs" = bricolage: atividade de aproveitar coisas usadas, quebradas, ou apropriadas para outro uso, em um novo arranjo ou em uma nova função.
O homem não vive a natureza como natureza, mas como processo de produção. Não há mais nem homem nem natureza, mas apénas o processo que produz um no outro e acopla máquinas.
Em toda parte, máquinas produtoras ou desejantes, as máquinas esquizofrênicas, toda a vida genérica: eu e não-eu, exterior e interior não querem dizer mais nada.
Édipo supõe uma fantástica repressão das máquinas desejantes.
O corpo sobre a pele é uma usina superaquecida, e fora o doente brilha, irradia por todos os seus poros estourados. Pois em verdade - a cintilante e negra verdade que faz o delírio -, não há esferas ou circuítos relativamente independentes: a produção é imediatamente consumo e registro, o registro e o consumo determinam diretamente a produção, mas a determinam no seio da própria produção.
Tanto que tudo é produção: produções de produções, de ações, e de paixões; produções de registros, de distrubuições e de marcações; produções de volúpias, de angústias e de dores.
Não o homem enquanto rei da criação, mas como aquele que é tocado pela vida profunda de todas as formas ou de todos os gêneros, que é encarregado das estrelas e dos animais, e que não cessa de ligar uma máquina - órgão em uma máquina energia, uma árvore no seu corpo, ou seio na boca: eterno encarregado das máquinas do universo. Sempre uma máquina acoplada a outra - A síntese produtiva. O desejo faz escorrer, escorre e corta. Todo objeto supõe a continuidade de um fluxo; todo fluxo é fragmentação do objeto. Sem dúvida, cada máquina - órgão interpreta o mundo inteiro segundo seu próprio fluxo, segundo a energia que flui dela: o olho interpreta tudo em termos de ver - o falar, o escutar, o poder.
A regra de produzir sempre o produzir, de enxertar o produzir sobre o produto é a caracteristica das máquinas desejantes - produção de produção.
Quanto ao esquizofrênico, com seu papo vacilante que não cessa de migrar, de errar, de tropeçar, ele se aprofunda cada vez mais na desterritorialização, sobre seu próprio corpo, seus orgãos no infinito da decomposição do socius, e talvez seja sua maneira de reencontrar a terra, o passeio.
Campo Social = Campo de anunciação e enunciação
Libido: energia própria das máquinas desejantes.
O acoplamento de produção, máquinas desejantes e campo social dá lugar a um acoplamento representativo de uma natureza totalmente diversa, familia-mito.
Vocês já viram como uma criança brinca? Como ela já povoa as máquinas sociais com suas máquinas desejantes? A criança toma emprestado peças e engrenagens receptores ou de interrupção, agentes de produção.
Por que ter instalado formas expressivas, e todo um teatro onde havia campos, oficinas, fábricas, unidades de produção? É assim que o Terapeuta Ocupacional monta seu circo - único teatro de produções. É aí onde os fluxos atravessam o limiar de desterritorialização e produzem a terra nova.
Ponto de fuga ativo - onde a máquina revolucionária, a máquina artística se tornam peças e pedaços umas das outras.
O que define precisamente as máquinas desejantes é o seu poder de conexão ao infinito, em todos os sentidos e em todas as direções.
Terapia Ocupacional - proecesso de desemganchamento como procedimento de recorrência. O desejo passa por todas as peças da máquina. Isso significa que as máquinas desejantes não são pacificadas: existem nelas dominações e servidões, elementos mortiferos, peças sádicas e masoquistas justapostas.
Uma verdadeira política da psiquiatria, consistiria, portanto:
1- em desfazer todas as re-territorializações que transformam a loucura em doença mental
2- em liberar em todos os fluxos o movimento esquizoide de sua desterritorialização, de tal maneira que esse caráter não possa mais qualificar um residuo particular como fluxo de loucura, mas afete também os fluxos de trabalho e de desejo, de produção, de conhecimento e de criação na sua tendência mais profunda.
A loucura não existiria mais enquanto loucura , não porque ela tenha sido transformada em doença mental, mas, ao contrário, porque ela receberia o complemento de todos os outros fluxos, inclusive da ciência e da arte - sendo dito que ela só é chamada de loucura, e aparece como tal, porque é privada desse complemento e se acha reduzida a testemunhar sozinha pela desterritorialização como processo universal.
O louco, o que importa é que consiga viver uma experiência estética extremamente rica, garantindo assim a sua sobrevivência humanizada - experiência total do ser, que encerra energia vital, transfigurada nos objetos concretos, vivos, perceptiveis, sublimados e, também denunciadores de força, da consequente experiência emocional de seu ator-autor. São obejtos estruturados e estruturantes de ideias, passivas de serem captadas, reconhecidos pelo expectador, interagente da produção estética. Assume-se que a produção estética seja toda a produção eivada de emoção, em qe se explicita o nível de sensibilidade de seu produtor - fruidor, por isso mesmo considerada humanizadora.
O louco quando expressa-se estéticamente o faz, classificando e organizando objetos de uso virgente na sociedade em que vive, notadamente aqueles objetos de seu passado e se seu pesado cotidiano - o hospital psiquiátrico - tais como: copos, talheres e outras coisas.
Sua obra artística é datada e contextualizada.
Amigo, designaria uma certa intimidade competente, uma espécie de gosto material e uma potencialidade, como aquela do marceneiro com a madeira, ele é o amigo da madeira.
Erigir o novo evento das coisas e dos seres é dar-lhes sempre um novo acontecimento: o espaço, o tempo, a matéria, o pensamento, o possível como acontecimentos...
O que se conserva, a coisa ou a obra de arte, é um bloco de sensações composto de percepções e afetos.
Só passamos de um material a outro, como do violão ao piano, do pincel à brocha, do óleo ao pastel, se o composto de sensações o exigir. O objetivo da arte, com os meios do material, é arrancar as percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente. Arrancar o afeto das afecções, como passagem de um estado a outro.
O difícil é juntar, não as mãos, mas os planos.
Composição é estética, que é o trabalho das sensações.
O doente pede somente um pouco de ordem pra se proteger do caos. Nada é mais doloroso, mas angustiante, do que um pensamento que escapa a sí mesmo, ideias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras, que também não denominamos.
Criar é mergulhar no espaço (morte), ou vivência e superação da morte. No criar a pessoa não cabe em sí; criar é a configuração dos fantasmas e demônios.