quinta-feira, 10 de maio de 2018

ADVERTÊNCIA

Sempre achei muito ruim encararem a diferença de maneira hierárquica, fazendo desta hierarquia intolerância e perseguição aos supostos inferiores. Quanto a isso, tenho sobretudo o que se poderia chamar, um pensamento mais caseiro... Aí, não sei se trata-se de questões subjetivas mais profundas minhas, se são as minhas histórias de classe( no plural mesmo), o meu nascimento no Nordeste do Brasil... Para mim, é impossível lidar com coisas que não têm relação com isso. Fico me sentindo retórico , tenho a impressão de estar em conversa de salão. Quando penso nestas questões, o que resulta, se revela em algo extremamente vital , que implica "dores" minhas e do outro. Sinceramente, o que hoje me interessa é a minha aproximação com tudo aquilo que traz e inscreve-se na dimensão da diferença.Isso possibilita me demarcar , de ter um total interêsse pelo que é humano e não pelo que é uma extrapolação, uma imagem etérea do humano.Estou convencido do pensamento plural. Estou certo de que até agora não inventou-se melhor convívio social do que aquele trazido pela tradição democrática,quer dizer, aquele em que as idéias proliferam e são livremente discutidas. É evidente que essa posição pragmática tem um limite. No entanto é muito difícil me libertar dessa preocupação e pensar em questões um tanto mais abstratas. Imagine, se todo mundo fosse como eu, que pobreza de idéias o mundo teria! ESTE É O MEU LIMITE. SÓ RESPEITANDO O PRÓPRIO LIMITE E FUNCIONANDO DE ACORDO COM O QUE SE PENSA É QUE SE PODE ACRESCENTAR UMA PEDRA A MAIS NA CONVERSAÇÃO DA HUMANIDADE. ISTO SIGNIFICA DILATAR OS HORIZONTES DOS POSSÍVEIS E TENTAR INVENTAR MUNDOS OU ALTERNATIVAS DE MUNDOS VIÁVEIS. Isto é que faz grande parte do que considero CONDIÇÃO HUMANA. Humberto Eco, no pós - escrito do "NOME DA ROSA" diz que todo escritor tem seu interlocutor-cúmplice. Mas também posso aqui pensar, que os opositores são fundamentais. E desta forma , quais seriam os meus cúmplices e os meus opositores? Meus interlocutores cúmplices são todas aquelas pessoas que estejam preocupadas em pensar o PARTICULAR OU A DIFERENÇA entre particulares. Meus opositores , nessa conversação são os pensadores do UNIVERSAL. Estou sempre perguntando a eles como é que acham que podem passar por cima das sombras, da contingência histórica para pensar o sopro, o etéreo, a essência d'aquilo que seria verdadeiramente humano. Todo grupo pensa os seus fundamentos, pensa o que é verdadeiro em função de uma determinada tradição, de valores dos quais ele não pode escapar, quer dizer,em função dos seus mitos de origem. O que se pode é , admitindo essa contingência, dizer aos demais: " Veja só o que penso e como penso em função daquilo que tenho como herança cultural. O que é que você, que tem outra tradição acha disso? O que me propõe? É através desse diálogo que se pode fazer proliferar as alternativas e modos de vida. Todos temos direito a auto-realização, a fazer de sua vida uma obra de arte!

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