Para alguns poucos, que dizem não saber de nada... Na era da
arrogância, assumir sua santa ignorância é alimentar que o saber não
significa sobrar soberba, nem mesmo, subir. É buscar o sábio e não o sabido.
Estar desperto sem se preocupar em ser esperto . A santa ignorância aprende
mas não apreende. Entende que a besta é fera porque por si só se basta,
de si e seus sinais em seu casulo, cláusulas de competência específica para
encerrar-se nos muros das certezas que soam como mortalhas.A ignorância é
radical porque toma as coisas pela raiz. Está aberta, apaixona-se pelo
processo , encanta-se pelo enredo mas não se enreda pelo novelo. Ela entende
que não são as asas que possibilitam o vôo mas as tentativas. Quer o
movimento irregular dos rios e não o dos pêndulos.Não tem planos nem metas,
mesmo para a metamorfose. Faz do porto um ponto de partida em permanente
parto porque celebra a vida. A vertigem da ignorância é aceitar o "não
sei" feito lucidez lúdica para escapar do jugo belicoso do " não
-sim". A visagem da ignorância é a constante luz além do limbo.CLAMA: a
diferença nos une.RECLAMA:a diferença nos fará imunes ao contágio
totalitário. Ao absoluto, o nosso luto. O ignorante confia no desafio. Quer
mais autores e menos autoidades. Desdenha todas as tribos. O que fraciona é
fraticida.Podemos reconhecer no desconhecimento uma aliança quando a gente
decide ser.Quando a gente afirma "SEI", seremos serenos, leves,
solidários, à espera do contràrio , do contraponto que rasga, não por mal,
mas para nos ensinar que NASCEMOS PARA PERDER CASCAS . A estupidez precisa de
um basta, a imbecilidade cria castas, as feras são bestas que por si só se
bastam, mas os ignorantes serão este improvável plasma infinito em exercício
permanente do vir-a-ser para o servir. Contra o demônio do domínio.Pois, se é
do EU é céu e se é do EGO é cego. Amém para todos nós...
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